Existem fatores que contribuem muito mais para a redução do volume de água dos reservatórios do que somente a falta da chuva. Reservatórios que possuem mata nativa, não sofreram com a falta de chuva e conseguiram manter o nível durante todo o ano sem comprometer o abastecimento das cidades pelas quais são responsáveis.
As matas nativas que ficam as margens dos rios e mananciais também chamadas de matas ciliares possuem este nome por formar uma espécie de “cílio” que protege os rios do assoreamento. A vegetação se adapta a cada região, porém exerce a mesma funcionalidade de proteção do curso dos rios.
Quando a água da chuva cai em área desmatada, a água escorre em todas as direções causando erosão nas margens, a terra desliza e contribui para o assoreamento, onde há mata a água se acumula formando uma reserva subterrânea que reabastece os rios na época de estiagem.
Mesmo sendo de conhecimento de todos a importância que as matas ciliares possuem para preservação dos rios e mananciais, existe uma grande extensão ocupada de maneira irregular. As represas que formam o sistema Alto Tietê, por exemplo, segundo mais importante de São Paulo, tem como área que de preservação aproximadamente nove quilômetros, porém mais de 50% estão ocupadas de forma irregular.
As matas nativas não previnem somente as erosões, mas são responsáveis também pela temperatura e controle da qualidade da água, servindo como uma espécie de filtro, assim como os cílios como proteção para os olhos.
A recomposição das matas seja talvez a forma mais eficaz de lidar com a crise hídrica, assim como sua preservação a melhor forma de prevenção.
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